Olá, leitores! Aqui está mais um Tradener Explica chegando para vocês, e desta vez vamos falar sobre um assunto em alta no mercado livre de energia: o período úmido.

O Brasil, desde o segundo semestre de 2023, experimentou uma importante transição climática. Após três anos consecutivos de La Niña (período 2020-2023) o fenômeno El Niño ganhou espaço, fruto do aquecimento das águas do oceano Pacífico Equatorial acima da média normal histórica. O ápice do El Niño ocorreu entre os meses de novembro\23 e janeiro\24, atingindo intensidade forte (aquecimento
acima de 1,5°C) e impactando diretamente o período úmido 2023/2024 na maior parte do Brasil.

Sob a influência do El Niño, padrões meteorológicos chamaram atenção nos últimos meses: dias consecutivos com temperaturas altas (acima da média) em grande parte do país, ocasionando as chamadas “ondas de calor” e por consequência, recordes no consumo de energia elétrica, motivado pelo maior uso da refrigeração.

O comportamento das chuvas também foi afetado pelos fatores oceânicos/ atmosféricos típicos do El Niño. Nas regiões Nordeste e Norte houve atraso do período úmido, com atuação mais frequente das chuvas somente após fevereiro de 2024 e mesmo assim, com valores abaixo da média. Por outro lado, a região Sul tem tido precipitações acima da média desde julho de 2023, destaque para os meses de
novembro de 2023 e maio de 2024, marcados por eventos extremos principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde ocorreram acumulados de precipitação extremamente altos, provocando a elevação dos rios e desastres para a população, ocasionando alagamentos, enchentes e rompimento de barragens.

E o que a previsão climática nos indica para os próximos meses?
Segundo a NOAA (Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos) as características oceânicas e atmosféricas já apresentam padrões de transição para uma nova fase de resfriamento do oceano Pacífico Equatorial, com expectativa de formação rápida de La Niña a partir do 2º semestre de 2024, fenômeno caracterizado por perspectivas meteorológicas distintas das ocorridas no último período úmido.
A região Sul deve passar por meses mais secos, com expectativa de precipitações menos frequentes, podendo ter eventos volumosos pontuais mas de curta duração e com períodos secos mais longos. O fenômeno La Niña favorece a entrada do período úmido no Norte/Nordeste, ou seja, a temporada das chuvas deve começar na época normal (a partir de outubro), se espalhando de maneira uniforme e
persistente por todo Brasil Centro-Norte até aproximadamente março/abril de 2025 (final do período úmido). Com o aumento da precipitação, o efeito nas temperaturas é de redução, massas de ar frio serão mais recorrentes, além de poderem se estender até alguns dias durante o verão de 2025.

Ao que tudo indica, o ano de 2024 passará por um novo ciclo climático, onde o oceano Pacífico mais frio irá ditar a regra do jogo meteorológico. Considerando a extensão continental do Brasil, certamente presenciaremos fenômenos extremos ocorrendo sob efeito da La Nina. A diferença estará na localização geográfica mais favorecida pelas chuvas, que em 2025 devem voltar a beneficiar as bacias hidrográficas ao Norte do país, enquanto o Sul deve passar por períodos secos mais frequentes e precipitações irregulares.

Fiquem ligados nos próximos textos!


Fonte Figuras:
Riscos da repetição de La Niña – Ciência HojeCiência Hoje
La Niña: primavera e verão 2016/17 terão chuvas mais distribuídas pelo país

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